sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Antiguidades

    Sou antiga que só.Ainda prefiro a madeira nobre e sua dureza permanente aos compensados e suas transitoriedades.Gosto dos guarda-roupas que que abrigaram outras épocas. . .Moveis vividos,especialistas em humanos e suas relacoes.Neles os cupins não imperam.Apenas espiam orgulhosos,desejosos,mas incapazes.Moveis herdados,legados de geracoes passadas e testemunhas de outros tempos...O que e de hoje dura pouco.Respiro curto,vida breve,quase um rastro de passagem.,um susto.
    Antes, a cómoda acompanhava as geracoes.As cristaleiras resguardavam saudades e as porcelanas acenavam para os significados que a memoria por si só sao seria capaz de segurar no tempo.As coisas sacralizavam os significados.
    E não me acostumo com as insignificancias.


Trecho do conto "Antiguidades" do Livro "Mulheres de Aço e de Flores" de Fabio de Melo .

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